AFASIA

A afasia e uma alteração de linguagem que ocorre após
uma lesão cerebral, geralmente do lado esquerdo do cérebro. Esse distúrbio pode
ocorrer em indivíduos de todas as idades, porém é mais frequente em pessoas
idosas.
Não há dados estatísticos específicos sobre a
incidência das afasias na população brasileira, haja visto, que podem ser
consequência de uma série de doenças neurológicas. A principal causa e o AVC,
mas também pode ser decorrente de tumores cerebrais, traumatismo
crânio-encefálico, aneurismas, infecções cerebrais, abcessos cerebrais, alguns
tipos de demência, esclerose múltipla, outras doenças neurodegenerativas,
doenças metabólicas...
O Fonoaudiólogo e o profissional responsável pela
reabilitação das manifestações de linguagem. As dificuldades de comunicação nas
afasias podem abranger todos os domínios linguísticos: compreensão, nomeação,
repetição, fluência, emissão oral, leitura e escrita. As manifestações são
variadas de acordo com a doença base, o tipo de afasia e amplitude do dano
cerebral ocorrida.
A manifestação linguística mais comum e presente em
todos os tipos de afasia é a anomia (nomeação). A anomia na fala é o nome dado
a dificuldade de encontrar palavras para se expressar, normalmente em fala
espontânea.
Importante destacar que essas lesões cerebrais, podem
vir acompanhadas de outras alterações pertinentes a Fonoaudiologia, tais como:
apraxia, disartria, discalculia, disfagia e alterações cognitivas.
A afasia pode ser dividida em duas grandes categorias:
a primária progressiva e a secundária. Ambas apresentam sinais e sintomas já
citados acima.
Afasia primária
progressiva
Ela se encaixa entre as doenças neurodegenerativas e é
considerada a mais severa. A causa do problema não está clara, devido a dados
individuais do paciente, e os desdobramentos da evolução da enfermidade ainda é
incerto.
Também apresenta problemática na expressão,
ocasionando em repercussões psicológicas profundas devido a troca brusca de
rotina e qualidade de vida. Daí a importância de amenizar os sintomas e buscar
apoio psicológico.
Afasia
secundária
Essa surge proveniente de lesões cerebrais (traumas,
hemorragia, encefalite ou um AVC). Nesse tipo de afasia, a evolução depende da
causa e local da lesão, bem como a variação sintomática presente. Entretanto, os
déficits de linguagem não são raros de encontrar.
Existem vários tipos de Afasia Secundaria, cito
rapidamente os mais comuns:
- Broca: afeta mais a expressão. Apresenta compreensão
preservada, comprometimento na emissão e nomeação, sendo não fluente em fala.
Quando em fala espontânea e direcionada, apresenta estereotipias, parafasias
fonêmicas e agramatismo. Sua escrita apresenta muita dificuldade, igual ou pior
que a fala. Pode emitir somente sons ou silabas monossílabas, mas entende o que
está sendo dito.
- Wernicke: é quando o indivíduo não compreende o
outro e sequer reconhece símbolos auditivos, visuais ou táteis. Apresenta
compreensão muito comprometida, sua repetição de palavras e frases também está
prejudicada, quando produz apresente fluência de fala (porém não coerente).
Quanto a fala espontânea e direcionada apresenta neologismos, parafaias
fonêmicas e semânticas, jargonofasia. Sua escrita apresenta-se de forma igual
ou pior que a fala.
- Global: quando o quadro reúne as características de
ambas acima. Percebe-se como um quadro mais grave, devido à falta na
compreensão e muita dificuldade na emissão do paciente, trazendo grandes
prejuízos na interação do paciente.
- Condução: a lesão causa interrupção entre as áreas
de Broca e Wernecke. As manifestações são muito parecidas com a afasia de
Wernecke, porém a diferença é que esse paciente apresenta sua compreensão
preservada.
Quando observado alguns sintomas desses, de forma
espontânea e inesperada ou apões alguma lesão cerebral, o neurologista (ou
neurocirurgião) responsável, bem como o fonoaudiólogo especialista em
linguagem, devem ser procurados.
Em ambos tipos, o Fonoaudiólogo especialista em
linguagem, deverá trabalhar as manifestações comunicativas presentes. A reabilitação
e prognóstico do paciente são pensados em formato individual, sempre buscando
envolver os membros da família. Os profissionais são responsáveis em repassar
seus objetivos, técnicas e projeções de melhora (no caso de afasia secundaria)
e estadiamento do quadro (na afasia primaria progressiva).
De qualquer forma, após o diagnóstico o indivíduo e a
sua família precisam se preparar para um processo de reabilitação que pode ser
bastante lento e trabalhoso. A frequência no tratamento também será
direcionada, porém quanto mais estímulos pertinentes, espera-se que a melhora
seja igualitária ao esforço dado. Todo tratamento deve ser direcionado por meio
de estratégias para melhorar o cotidiano e dar melhor qualidade de vida ao
indivíduo.